segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

incredible.

No meu tempo de escola, sempre tinha aquela professora que pedia que desenhássemos o nosso sonho. Como se fosse fácil traduzir para um papel o que mais queríamos, como se um desenho demostrasse tudo o que aquilo nos passava, todo o significado que tinha. Mas desenhávamos, as vezes era mais demorado, outras vezes mais rápido, dependia da nossa visão perante o sonho. Um desenho mais elaborado, com muitos detalhes, era sempre o resultado final no papel.
Os desenhos mudavam com o passar dos anos. Sim, o desenho que mudava, nosso sonho não.
Nem sempre era só um sonho, tinham vezes que passava mais tempo pensando no que desenhar como seria o meu sonho do que desenhando literalmente. Só pra ter certeza que a professora não fosse entender errado, entende? Pois é, naquele tempo imaginávamos que as professoras sabiam de tudo, entendiam tudo, eram os seres mais sábios. Mal sabíamos nós que as professores não davam bola para o que o desenho significava pra nós, elas queriam saber se a pintura tinha ficado boa, se existia chão, se o céu tinha sido pintado de azul-fraco, se o homenzinho não era homem-palito e se tínhamos colocado o nosso nome, a turma e a data.
Hoje em dia, não temos o costume de desenhar nossos sonhos, já somos capazes de lutarmos por eles. Crescemos e descobrimos que o que antes chamávamos de sonho, hoje chamamos de cotidiano, de dia-a-dia, de rotina.
Particularmente, tenho um sonho para cada letra do alfabeto. Alguns são frases, outros palavras e uns nomes. Em cada junção de palavras, formaria um desenho diferente. Em cada desenho, algo estaria centralizado, uma palavra descreveria-lo. O problema é quando não conseguimos desenhar nada, nem escrever.
Indescritível. Inexplicável. Incrível.
Não consigo desenhar, mas a imagem não sai da minha cabeça.

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